Sindicato dos Trabalhadores em Escritórios de Empresas de Transporte Rodoviário de Guarulhos, Mogi das Cruzes, Vale do Paraíba, Litoral Norte e região
22/05/2013
Em menos de dois anos, no início do segundo semestre de 2014, o Trem de Guarulhos, que ligará o Cecap à estação Engenheiro Goulart, na zona leste da Capital, fará sua primeira viagem, integrando o transporte local ao sistema metropolitano, capitaneado pela CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos), empresa do Governo do Estado, responsável por 335 quilômetros de linhas férreas e tarifa integrada.
Esta não é nenhuma promessa de político em véspera de eleição. Trata-se de uma realidade, já que o edital de pré-qualificação dos consórcios interessados na execução das obras civis da Linha 13, lançado em dezembro, está na fase final de análise dos recursos administrativos apresentados para dar prosseguimento ao processo licitatório. "Ligar Guarulhos a São Paulo por trem é uma das prioridades desta nossa gestão", garante o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A tarifa estimada para o Trem de Guarulhos é a mesma praticada hoje em todo sistema metropolitano: R$ 3,00.
Ligação entre o Aeroporto e SP terá 11 km com parada no Cecap
A futura linha 13-Jade da CPTM terá 11 quilômetros de extensão e oferecerá acesso rápido e econômico ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Saindo da atual estação Engenheiro Goulart, na Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), em direção a Guarulhos, a Linha 13 terá duas novas estações: Guarulhos-Cecap e Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os investimentos são de R$ 1,2 bilhão, incluindo toda infraestrutura de operação e trens.
No Cecap, a estação permitirá a integração com dezenas de linhas urbanas e metropolitanas, que partem do Terminal Metropolitano, inaugurado no ano passado pela EMTU (Empresa Metroplitana de Transportes Urbanos) e também com o Corredor de Ônibus de Guarulhos, que já tem sua primeira fase entre o Terminal Taboão e o Cecap praticamente concluída, e no futuro ligará a região ao Metrô Tucuruvi, passando pelo Centro de Guarulhos.
Prioridade do Estado com Guarulhos
Na semana passada, o Governo do Estado deu mais uma demonstração da importância que dá ao projeto do Trem Guarulhos, que beneficiará cerca de 120 mil passageiros por dia, ao extinguir o projeto da Linha 14-Ônix - Expresso Aeroporto, que previa ligação direta do centro de São Paulo ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, ou seja, tratava-se de um serviço específico para atender aos passageiros de companhias aéreas, com tarifa de serviço à época estimada em R$ 30,00.
O deputado federal Carlos Roberto (PSDB) lembra que o Expresso Aeroporto não iria beneficiar diretamente a população local, já que teria uma estação no Aeroporto e outra no Centro de São Paulo, apenas passando por Guarulhos em uma linha paralela a que vai ser utilizada pelo Trem d e Guarulhos. "Toda obra que serve a cidade é bem vinda. Mas é necessário traçar prioridades. E, neste caso, o Governo do Estado optou por beneficiar a população guarulhense".
O Expresso Guarulhos, cujo projeto havia sido elaborado em 2008, perdeu sua importância a partir do momento em que o Governo Federal apresentou o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), que prevê conexão com os aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em Campinas, com parada no Campo de Marte na capital paulista. "Como essa obra irá concorrer diretamente com o Expresso Aeroporto, os potenciais investidores perderam o interesse na Linha 14. Assim, nada mais natural que concentrar esforços numa obra que irá atender a um número bem maior de pessoas", explica o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.
O secretário também destaca que a prioridade maior é atender a população de Guarulhos, tanto que a inauguração da obra não tem qualquer relação com a Copa do Mundo. "Nunca prometemos terminar essa ligação para atender aos interesses da Copa. Nosso compromisso é atender à demanda gerada pelos passageiros de Guarulhos, tanto aqueles que saem do Cecap com destino a São Paulo, como os milhares de trabalhadores da cidade que atuam no Aeroporto", encerra.
HISTÓRIA - Trem da Cantareira parou de circular em 1965
Guarulhos contou com uma linha férrea que atravessava a cidade desde a Base Aérea de São Paulo, próximo ao Cecap, até a região central de São Paulo, cortando o município por vias onde hoje existem avenidas como a Tancredo Neves, Antonio de Souza, Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, o Anel Viário, até a Vila Galvão, quando entrava em São Paulo.
Tratava-se da Estrada de Ferro Cantareira, também conhecida como Tramway da Cantareira, uma linha urbana de São Paulo, que começou como um ramal da E. F. Sorocabana, aberto em 1893 partindo da rua João Teodoro, no Brás, para transporte de materiais que seriam utilizados na construção da Adutora Cantareira. Este trecho ia um pouco além do que é hoje o bairro do Tremembé em São Paulo. Utilizava uma locomotiva movida a lenha.
Pouco tempo depois de aberto começaram também a transportar passageiros para os bairros da periferia de São Paulo. No ano de 1907 construíram uma estação no Parque Dom Pedro II. Em 1908, com a construção do ramal Guapira, ela chegava até o Asilo dos Inválidos, no Guapira, atual bairro do Jaçanã. Os ramais da linha se dividiam na estação do Areal que ficava em frente da antiga Casa de Detenção onde está hoje a Estação Carandiru do metrô.
Somente em 1913 foi aberta a primeira estação intermediária, Tucuruvi, e aos poucos outras estações passaram a ser abertas ao longo das linhas. Em 1915 chegou até Guarulhos. Na cidade, contava com as estações Areal, Carandiru, Pauliceia, Parada Inglesa, Tucuruvi, Vila Mazzei, Jaçanã, Vila Galvão, Gopoúva, Guarulhos. Até que em 1947 o ramal foi estendido até o aeroporto militar de Cumbica.
Em 1964, começou o desmonte da linha, quando foi suprimido o trecho entre a Estação Tamanduateí e a primeira estação Areal. Um ano depois o trecho até Guarulhos foi suprimido. Os trilhos foram retirados e logo depois e as estações demolidas.
Com informações do Guarulhos Web
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